Beijo

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas, sem rosto
Quando a noite cai em desgosto;
Palavras que se recusam
Ao muro do teu gosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas e desesperadas
Como poesia e amor.

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
No silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.


(Obrigada meu amigo )

Amar para quê?

Surpreendentemente tudo desabou
Naqueles últimos dias
Mesmo assim sorri forçada
Olhando as ondas do mar
Em especial nesse dia
Era tudo tão diferente
Não parava de pensar
Que o amor partira para sempre
Olhava em meu redor
Tentando reconhecer o evidente
Sem que desse consentimento
As lágrimas rolavam na minha face
Sentindo um misto de ansiedade
Da recordação à saudade
Tentava me acalmar
Olhando o horizonte
A lembrança chegava
Do quanto tinha sido feliz
Mas o destino me pregava
Uma partida sem piedade
Ninguém me compreendia
O porquê deste sentimento
Só sabiam que eu sentia
O gosto amargo do sofrimento
Dos familiares e amigos
Ninguém nada me dizia
Mas sabiam como eu estava
Devido ao que eu fazia
A raiva em meu coração aumentava
Magoando quem não tinha culpa
Andava irritada e por tudo chorava
E a lembrança me atormentava
Deste maldito sucedido
Era melhor dar a paz
E não falar do acontecido
Precisava de tempo para pensar
Da vida o que fazer
Sou jovem e corajosa
Já chega de fraquejar
Por algo que não volta
Esta mais que na hora
De enterrar o passado
Tenho que ser forte
Sei não ser tarefa fácil
Porque o meu coração se sentia amado
Mas com o nosso destino traçado
De tristezas a alegrias
E com muita força para seguir
Só quero voltar a amar
Não é muito o que estou a pedir.